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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ao Mar Sagrado

Vou ali visitar o Mar Sagrado
Deixar umas tristezas por lá
Trazer umas alegrias de lá

Vou ali me batizar nas ondas de sal
Me cobrir com areia branca
Me abraçar com o vento

Vou ali nascer de novo
Para voltar todo novo
Pronto para começar a morrer...de novo.

...Que venha o ano novo, com suas surpresas e incertezas.
Com seus encontros, desencontros e despedidas.
Que venha tudo de novo, mas que venha com mais luz e menos dor.

(Marcos MaVie)



segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Quando O Gigante não pede licença pra te fazer feliz...e faz!

"Quando desliguei o telefone pra lá das 04:00 horas da manhã, eu disse que sonharia com você, apenas pela certeza de que sua imagem linda, clara, fascinante, jamais sairia da minha cabeça... Ao me deitar eu estava pensando em ti, eu não sei se é sonho, eu não sei mesmo o que acontece, mas eu te sinto sempre, até enquanto durmo, sinto seu toque, sua voz, seu sorriso. Sinto e vejo tudo, meu misto de sonho e realidade, por que demorou tanto pra chegar? Eu guardei um sonho bom pra ti, essa noite toda, foi perfeita, eu estive com você, da forma mais incrível, toquei seu coração, te dei o meu, e recebi o seu. Ao amanhecer sua imagem continuava nítida em minha mente, meio sonolenta acabei despertando pelo vibrar do celular, e era você. E tem sido você, e vai continuar sendo você. Por tanto tempo eu quis, e então você chegou."

(Caio F. Abreu)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Gonzaguinha - Que Nem Jiló

Na Lembrança...


"- E o que a gente vira quando vai embora de alguém? E o Senhô respondeu:
- Uns viram pó. Outros caem igual estrela do céu. Outros só viram a esquina… E têm aqueles que nunca vão embora.
- Não? E eles ficam onde, Senhô?
- Na lembrança."

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Frangmentos de mim mesmo por Caio F. Abreu

A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não.
(Caio F. Abreu)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tiê - Se enamora

Colecionador de Doces Torturas

Eu, colecionador de doces torturas, ladrão de momentos.
Faço minha tristeza sorrir na hora de deitar o corpo cansado.
Quando desapareço na imensidão do sono e vou ao encontro das memórias recentes.

Eu, ladrão de momentos, colecionador de doces torturas.
Perdido na solidão que namora a minha solitude.
Sigo em busca de novas torturas.
E vou para qualquer lugar que faça meu coração bater no descompasso de momentos fugazes.

(Marcos Ma Vie)

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Tiê - Assinado Eu

Quem foi que botou a chuva dentro dos meus olhos?

Hoje acordei com aquela saudade boa e descontrolada de você, a mesma saudade que deixa a angústia entrar sem pedir licença. Meu único pedido era: "sai desse corpo que não te pertence, saudade malvada!"
Daí lembrei de uma amiga que disse que "saudade boa não se mata, a gente só apara as pontas pra não doer tanto!"
Sei não viu, fico pensando em quantas pontas já aparei e em quantas vezes mais precisarei fazer isso...aparar. 
Fico pensando nas fotos que visito quase sempre, como um culto a um santo em particular. E tome saudade!!!
Saudade de tudo, do cheiro, da textura da pele, do calor do corpo, do peso da existência nas costas do outro, do beijo, do coração invertido, do riso espontâneo e raro, do olho grande, do acordar, do adormecer no meu peito...
Hoje acordei meio Mariana Aydar: "Quem foi que botou a chuva dentro dos meus olhos?"

(Marcos Ma Vie)

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A DISTÂNCIA (Roberto Carlos)


Nunca mais você ouviu falar de mim
Mas eu continuei a ter você
Em toda esta saudade que ficou...
Tanto tempo já passou e eu não te esqueci.
Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.
O que restou do nosso amor ficou
No tempo, esquecido por você...
Vivendo do que fomos ainda estou
Tanta coisa já mudou, só eu não te esqueci.
Eu só queria lhe dizer que eu
Tentei deixar de amar, não consegui
Se alguma vez você pensar em mim
Não se esqueça de lembrar
Que eu nunca te esqueci
Quantas vezes eu pensei voltar
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.


sábado, 5 de novembro de 2011

Live - Lightning Crashes

Te encontro em meia hora?


”Ando bem nostálgico. Larguei o emprego a poucos dias. Penso em viajar, recomeçar tudo sem você. Talvez consiga, ser de novo, enfim feliz! Me distanciei das pessoas, ando bastante solitário. Não faço barba, sempre mancho a camisa de café. Voltei a fumar também! As vezes bebo, nesses domingos monótonos, deito no chão e me sufoco de tédio, nostalgias, saudades e porres. Não sei se consigo continuar. Tá bem difícil! A propósito, eu morri ontem… Por dentro. Apodreci, congelei, sequei de vez. Como de costume, fui aquele lugar que tomávamos café, quer dizer, onde eu comprava o café pra te levar na cama e te acordar aos beijos. Passei em frente a uma loja de televisivos também, por incrível que pareça, nosso filme estava passando em todas as telas. Ignorei. Doía! Passei a frente da livraria, e vi aquele seu livro; favorito, até, aquele que você tentava me convencer a ler quando nos conhecemos e ficava me contando a história… Comprei ele! Não sei, talvez me fizesse mais próximo de você mesmo depois de tudo que aconteceu. Vi casais apaixonados, e sentia inveja. Lembrava de como éramos. Vi crianças e lembrei dos nomes que tentávamos escolher antes de dormir, via idosos e lembrava dos nossos ‘para sempre…’ Do tempo que ficaríamos juntos. Tudo me lembrava você! Passei em frente aquela praça também, cujo banco fica no topo e dá pra ver toda a cidade. Aquela que você sempre me pedia meia hora que já ia chegar e demorava algumas horas se arrumando pra tentar me surpreender! Mal sabia que ficava linda de qualquer forma pra mim. O dia queria me dizer alguma coisa, tinha perdido a noção de tempo, desde que aquilo aconteceu. Não estou dentro de mim, alias, cheguei e olhei o calendário: Dia 27 de julho! Naquele dia, completavam-se cinco anos após sua morte. Ontem, alias! Eu…Encarei o calendário e não quis acreditar. Pela primeira vez, cai em mim que tinha te perdido, mesmo nos amando. Não gosto dessa ideia! Faziam cinco anos, e eu ainda te amava, você ainda era tudo pra mim…
Eu disse que seria pra sempre, não é? Pois então; Te encontro em meia hora?“

P.S.: texto retirado de uma rede social, nome do autor não foi revelado.

domingo, 23 de outubro de 2011

A beira do rio

Daqui de onde estou, sentado a beira do rio, a água molhando levemente os meus pés descalços, o sol começa a brilhar, surgindo bem ao alcance do meu desejo, enquanto o céu vai mudando de cor e os raios...ah os raios.
Os raios vão dando sentido a tudo, preenchendo todos os espaços vazios, enchendo de vida onde antes era escuro. Hoje é tudo tão claro...
De longe, a música toca " you can be Henry Miller and I´ll be Anais Nin..."
Daqui de onde estou, sentado a beira do rio, deixo o vento me levar para qualquer lugar antes que o frio chegue.
Quando ele chegar, o frio, aqui dentro vai ter calor suficiente para aquecer todo o resto.
Daqui de onde estou, sentado a beira do rio, eu vou ficar. 
Vou ficar com a água, o sol e seus raios, o vento, o céu e essa mão que descansa sobre a minha enquanto os olhos brilham em silêncio.

(Marcos Ma Vie)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"Quando tudo sem ele, é nada!"

Jericoacoara by Alexandre Diniz

terça-feira, 11 de outubro de 2011

ADORE

CRESTFALLEN


Who am I to need you when I'm down?
Where are you when I need you around?
Your life is not your own

And all I ask you
Is for another chance
Another way around you
To live by circumstance, once again

Who am I to need you now?
To ask you why, to tell you no
To deserve your love and sympathy
You were never meant to belong to me

And you may go, but I know you won't leave
Too many years built into memories
Your life is not your own

Who am I to need you now?
To ask you why, to tell you no
To deserve your love and sympathy
You were never meant to belong to me

Who am I to you?
Along the way
I lost my faith

And as you were, you'll be again
To mold like clay, to break like dirt
To tear me up in your sympathy
You were never meant to belong to me
You were never meant to belong to me
You were never meant to belong to me

Who am I? 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

sábado, 8 de outubro de 2011

Drink the Pain Away

Madame Min: Meu querido, como foi o aniversário ontem?

Rendez-vous: Nada além do esperado, é sempre bom encontrar amigos, beber alguma coisa. O ruim disso tudo é chegar em casa e ficar feito um zumbi.

Madame Min: Somos dois! Uma merda!!!

Rendez-vous: Puta que pariu! To cansado disso, dessa constante que virou minha vida, de ficar sofrendo. Eu penso que eu sou melhor do que isso, pra continuar nesse ciclo vicioso.

Madame Min: Nem sei o que te dizer, pois também estou cansada. Mas que você é bem melhor...é sim!!! É que a vida é sobretudo feita desses momentos também.

Rendez-vous: Isso é uma máxima.

Madame Min: Sabe, as pessoas fingem. Mas a verdade é que nesse mundo estamos afogados em problemas, incompreensões, solidão, angústia...e em determinados momentos nos é permitido ter um alívio qualquer para não enlouquecermos. Se é que a gente já não está...louco!

Rendez-vous: Eu concordo contigo.

Madame Min: Por isso bebemos tanto, fumamos tanto, tomamos tanto comprimidinho. É a soma, e todo mundo tem seu mecanismozinho de escape.

Rendez-vous: É verdade, a gente sai por aí, se diverte, sorrir e ninguém suspeita que voltamos pra casa um lixo.

Madame Min: É, me sinto da mesma forma. É um faz de conta, porque na real as pessoas não querem nem saber da própria dor...quiça da dor do outro. Então a gente fica brincando de vida alegre e feliz, mas quando volta pra nossa intimidade: a realidade nos atropela sem cuspe.

Rendez-vous: Poucos são como nós, e mesmo nos importando não há muito o que fazer além de ser presente, oferecer carinho e o ombro amigo. O problema é quando esse vazio é algo constante.

Madame Min: Me sinto assim. Desisti de terapias, remedinhos, religiões. Busquei tudo que podia pra conter esse vazio e essa falta de sentido...mas nada, nada, nada adiantou.

Rendez-vous: Somos dois, já pensei em cair fora, fazer varias coisas, mas cheguei a conclusão que: já fiz isso antes e não deu certo, todos os fantasmas vão conosco. E longe do mar, as coisas só pioram.

Madame Min: O pior é que eu também fiz essa tentativa.

Rendez-vous: O lance é tentar esquecer. Porém, até quando estamos tentando esquecer, vem um filho-da-puta meter o dedo na nossa cara sem ao menos saber o porque de todos aqueles excessos. Deve pensar que: "estamos fazendo linha!"

Madame Min: Cheguei a conclusão que essa paranóia de saúde e corpo é também um tipo de mecanismo de escape. As pessoas ficam obcecadas por isso, ficam buscando uma ausência de dor que não existe. Mas vou te dizer, queria ter os olhos e a mente mais simples. Queria não ver e não sentir como sinto. Penso que seria mais fácil se eu buscasse apenas o trivial.

Rendez-vous: Concordo! As vezes fico me perguntando se os "seres ignorantes"  não sofrem menos. Quer dizer, sofrem do mesmo jeito, mas não sei se pelos mesmos motivos existenciais que sofremos. É uma dor constante essa, o que me faz pensar que somos suicidas em potencial.

Madame Min: Eu acho que sofrem menos, porque sofrem pelo cotidiano, pelas coisas que vão acontecendo. Já nós, sofremos por esses e outros motivos também. Quero te falar que eu já ultrapassei essa de suicida em potencial por duas vezes. Agora tenho que me controlar porque não quero ir pro Umbral, nem tomar sopa e nem trabalhar no Nosso Lar. (risos)

Rendez-vous: Pelamordedeus: não, não, não!

Madame Min: Porque, pensa comigo, a pessoa morre de sofrer, de trabalhar. Aí morre, né?

Rendez-vous: Morre!

(Marcos Ma Vie)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Fragmentos de mim mesmo por Caio F. Abreu IX

"Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.”

P.S.: Bem clichê, bem verdade também...

Something to Remember


ADORAMOR

DORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMOR
AMORDORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMOR
AMORAMORDORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMOR
AMORAMORAMORDORAMORAMORAMORAMORAMORAMOR
AMORAMORAMORAMORDORAMORAMORAMORAMORAMOR
AMORAMORAMORAMORAMORDORAMORAMORAMORAMOR
AMORAMORAMORAMORAMORAMORDORAMORAMORAMOR
AMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORDORAMORAMOR
AMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORDORAMOR
AMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORDOR


(Marcos Ma Vie)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um só caminho...o de mais nada fazer


"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos
um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo: quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho… o de mais nada fazer".
(Clarice Lispector)


P.S.: O pior de ler tudo isso...é chegar a essa conclusão e não fazer mais nada. Saber que não resta mais nada a fazer, tentar se nutrir sozinho, fazer tudo sozinho, ser sozinho. Mas vazio, não! Sozinho, carregando na mochila uma coleção inteira de saudade. Como disse o poeta: "ter saudade até que é bom, é melhor que caminhar vazio".

...

"‎E COMO DIRIA HILDA HILST: LOVE, APESAR, A PESAR E HÁ PESAR!"

Clip The Cranberries "No Need to argue"

domingo, 2 de outubro de 2011

A Minha Dor


A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.
Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal…
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias…
A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!
Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve… ninguém vê… ninguém…
(Florbela Espanca - O Livro das Mágoas)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

DEGUSTAÇÃO

DEGUSTAÇÃO: Coloração vermelha rubi com traços violáceos. Aroma frutado ressaltando frutas vermelhas. Na boca apresenta boa estrutura e retrogosto prolongado.




P.S.: Rótulo de garrafa de vinho dando asas a imaginação alheia. Tim-tim!!!

domingo, 25 de setembro de 2011

Meu caís, meu lar

Hoje eu navego só
Tentei algumas vezes ancorar em um porto seguro
Alguns portos já quiseram me dar abrigo também
Precisei viajar por mares tempestuosos, noites de frio, escuridão e solidão.
Sigo mar a dentro sem bússola e sem lua a procura do meu porto seguro particular
A procura do meu caís, do meu lar
Sigo a deriva nesse mar que me navega
Nas ondas que me embalam o sono
A procura do meu dono

(Marcos Ma Vie)

"Deixo fluir tranqüilo
Naquilo tudo que não tem fim
Eu que existindo tudo comigo, depende só de mim
Vaca, manacá, nuvem, saudade
Cana, café, capim
Coragem grande é poder dizer sim"

sábado, 24 de setembro de 2011

O cheiro do outro

"E se realmente gostarem? Se o toque do outro de repente for bom? Bom, a palavra é essa. Se o outro for bom para você. Se te der vontade de viver. Se o cheiro do suor do outro também for bom. Se todos os cheiros do corpo do outro forem bons. O pé, no fim do dia. A boca, de manhã cedo. Bons, normais, comuns. Coisa de gente. Cheiros íntimos, secretos. Ninguém mais saberia deles se não enfiasse o nariz lá dentro, a língua lá dentro, bem dentro, no fundo das carnes, no meio dos cheiros. E se tudo isso que você acha nojento for exatamente o que chamam de amor? Quando você chega no mais íntimo, No tão íntimo, mas tão íntimo que de repente a palavra nojo não tem mais sentido. Você também tem cheiros. As pessoas têm cheiros, é natural. Os animais cheiram uns aos outros. No rabo. O que é que você queria? Rendas brancas imaculadas? Será que amor não começa quando nojo, higiene ou qualquer outra dessas palavrinhas, desculpe, você vai rir, qualquer uma dessas palavrinhas burguesas e cristãs não tiver mais nenhum sentido? Se tudo isso, se tocar no outro, se não só tolerar e aceitar a merda do outro, mas não dar importância a ela ou até gostar, porque de repente você até pode gostar, sem que isso seja necessariamente uma perversão, se tudo isso for o que chamam de amor. Amor no sentido de intimidade, de conhecimento muito, muito fundo. Da pobreza e também da nobreza do corpo do outro. Do teu próprio corpo que é igual, talvez tragicamente igual. O amor só acontece quando uma pessoa aceita que também é bicho. Se amor for a coragem de ser bicho. Se amor for a coragem da própria merda. E depois, um instante mais tarde, isso nem sequer será coragem nenhuma, porque deixou de ter importância. O que vale é ter conhecido o corpo de outra pessoa tão intimamente como você só conhece o seu próprio corpo. Porque então você se ama também." (C.F.A.)




GAL COSTA - VOLTA - 1973

Toni Platão - Negro Amor

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Chêgue...

"A tua beleza aumenta quando estamos sós
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só pra mim."

(Sophia de Mello Breyner)


Pode chegar
Não precisa pedir licença
A porta aberta, estará!
E os braços também!

Teus Pés...



"When the rain is blowing in your face,
And the whole world is on your case.
I could offer you a warm embrace,
To make you feel my love.
When the evening shadows and the stars appear,
And there is no one there to dry your tears.
I could hold you for a million years,
To make you feel my love.
I know you haven't made your mind up yet ,
But I would never do you wrong.
I've known it from the moment
That we met no doubt in my mind,
Where you belong.
I'd go hungry,
I'd go black and blue,
I'd go crawling down the avenue.
No, there's nothing,
That I wouldn't do
To make you feel my love.
The storms are raging on the rolling sea;
And on the highway of regret though winds of change
Are throwing wild and free.
You ain't seen nothing like me yet.
I could make you happy.
Make your dreams come true.
Nothing that I wouldn't do;
Go to the ends of the Earth for you
To make you feel my love."

[Bob Dylan]

"Aqui com o coração aberto e a minhã mão esquerda esperando a sua direita."


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Som Brasil - Gonzaguinha - Começaria Tudo Outra Vez

My Lord...


"Yes, there's love if you want it
Don't sound like no sonnet, my lord
Yes, there's love if you want it
Don't sound like no sonnet, my lord
My lord"


Os meus clichês já não incomodam mais
Sem brilho, sem cor, sem dor
Nem desbotam, nem machucam, nem torturam

My lord

Os meus clichês não guardam rancor
Nem dor, nem flor
Apenas o bom do amor

My lord

Os meus clichês só perdem para a saudade
A saudade mais clichê de todas
A saudade ridícula e sincera
Vazia de toda substância e completa de toda ausência de ti

"Here we go again and my head is gone, my lord
I stop to say hello
'Cause I think you should know, by now
By now"

(Marcos Ma Vie)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

bjork come to me live in cambridge

Alguém pensa em mim

Meia noite em ponto: alguém pensa em mim!
Foi assim que me ensinaram a lembrar que as horas "fechadas" significam que do outro lado, em algum lugar, perto ou longe, alguém está a pensar em você. E toda vez que me pego observando uma dessas horas "fechadas", me surpreendo pensando em alguém também.
É nessa hora, nesse silêncio, que me encontro contigo.
Me deito, me cubro com aquele lençol que antes era usado para cobrir você, coloco o travesseiro do lado da cama que te pertencia, e espero...
Toda noite eu espero as horas "fechadas" para que nossos pensamentos sejam apenas um, eu do lado de cá e você de qualquer lugar.
E vou! Adormecendo lentamente nos abraços imaginários do meu travesseiro, lentamente adormecendo, a-dor-mecendo...
Pois amanhã tem hora "fechada" novamente.
Amém!!!
(Marcos Ma Vie)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Fragmentos de mim mesmo por Cecília Meireles

"De longe te hei de amar- da tranquila distância em que o amor é saudade e o desejo, constância."

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Fragmentos de mim mesmo por Caio F. Abreu VIII


"Quando pensava em parar, o telefone tocou. Então uma voz que eu não ouvia há muito tempo, tanto tempo que quase não a reconheci (mas como poderia esquecê-la?), uma voz amorosa falou meu nome, uma voz quente repetiu que sentia uma saudade enorme, uma falta insuportável, e que queria voltar."

Ana Cañas - Codinome Beija-Flor

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A TERRÍVEL DÚVIDA DAS APARÊNCIAS

Da terrível dúvida das aparências,

da incerteza afinal de que possamos estar iludidos,

de que talvez a confiança e a esperança não sejam afinal senão especulações,

de que talvez a identidade para além do túmulo seja apenas uma linda fábula,

de que talvez as coisas que observo, os animais, plantas, homens, colinas, águas brilhantes a fluir,

o céu do dia e da noite, cores, densidades, formas, talvez tudo seja (como sem dúvida é) apenas aparições, e a coisa real ainda esteja por conhecer

(quão frequentemente se desligam de si mesmas como se para me confundir e zombar de mim!

quão frequentemente penso que não sei nem homem nenhum sabe nada a respeito delas),

talvez me parecendo aquilo que são (como sem dúvida parecem) no meu presente ponto de vista e podendo revelar-se depois (como naturalmente poderiam) como não sendo nada daquilo que parecem, ou nada enfim, a partir de pontos de vista totalmente diferentes;

para mim essas e outras questões semelhantes são de algum modo respondidas pelos meus amantes, meus queridos amigos,

quando aquele que eu amo viaja comigo ou se senta segurando longamente minha mão,

quando o ar sutil, o impalpável, o sentido que as palavras e a razão não detêm, nos cercam e nos perpassam,

então me sinto invadir por uma sabedoria indizível, inaudita, e fico em silêncio, e não me falta mais nada,

não posso resolver a questão das aparências ou a da identidade para além do túmulo,

mas caminho ou me sento, indiferente, e estou satisfeito;

ele, a segurar minha mão, me satisfez completamente.

WALT WHITMAN

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fragmentos de mim mesmo por Caio F. Abreu VII


"No turvo seco de uma casa esvaziada da presença de um dragão, mesmo voltando a comer e a dormir normalmente, como fazem as pessoas banais, você não sabe mais se não seria preferível aquele pântano de antes, cheio de possibilidades - que não aconteciam, mas que importa? - a esta secura de agora. Quando tudo, sem ele, é nada."

Eu, Museu.


Vem, encosta tua cabeça no meu calor e deixa eu velar teu sono...

Eu, Museu.
Eu, Passado.

Eu lembro de apreciar teu sono indefeso, entregue aos sonhos, aos anjos, a mim...
Melhor ainda era ver teus olhos abrirem ao amanhecer e sorrir em silêncio...
Ver teu rosto iluminar o meu, sentir teu calor...
Te trazer uma xícara de café quente...
E depois, o cigarro matinal anunciava que o dia tinha terminado de começar para você...

Eu deixava você ir...
Eu deixava você voltar quando a noite caísse...

Desde aquele dia, eu acordo sozinho...
O sol raiando lá fora e é sempre noite aqui dentro...
Agora a cama é tão grande quanto o abismo que me separa de hoje...
E continuo ontem...

Quem sabe, amanhã possa ser ontem de novo...
Quem sabe, eu sinta novamente o cheiro da xícara de café...
Quem sabe, eu não sinta medo do escuro...
Quem sabe, eu não sinta nada...

Eu, Passado.
Eu, Museu.
(Marcos Ma Vie)

"Mas também, as vezes, a Noite é outra: sozinho, em postura de meditação (será talvez um papel que me atribuo?), penso calmamente no outro, como ele é: suspendo toda a interpretação; o desejo continua a vibrar (a obscuridade é transluminosa), mas nada quero possuir; é a noite do sem proveito, do gosto sutil, invisível: Estoy a escuras: eu estou lá, sentado simples e calmamente no negro interior do amor."
(Roland Barthes: Fragmentos de um discurso amoroso)

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Em busca do tempo perdido


Eu fico me lembrando daquele dia que você disse que não tinha jeito da gente ficar junto, Marcel. Lembro como senti alívio de saber que você estava gostando de outra pessoa e que eu finalmente estava livre de você, daquele sentimento escravizante. A gente não nasceu pra ficar junto mesmo.

Eu sei, na hora que a gente se reencontrou eu não quis ficar com você, é verdade, por que quando você queria ficar comigo e foi sincero, já era tarde demais, eu tinha mudado. Só eu sei como foi difícil ficar longe, como eu já estava acostumada a ter você por perto. Você dividia comigo o sorvete e o peso das relações frustradas que tínhamos vivido. Aquele nosso ensaio de namoro foi só mais um, mas eu não conseguia fingir, como você queria, que era só sua amiga. A gente precisava se afastar.

Eu gostava de deitar a cabeça no seu ombro, quando estava ao seu lado e gostava de sentir aquela coisa familiar que se perdeu faz tempo, mas que pareço, cabeça no ombro, por um instante recuperar.

Hoje eu rio, mas na época eu sofria, por que você estava comigo e com as outras, então aprendi te tratar de um jeito que tanto faz. Nunca foi vingança, nem maldade... Só indiferença. A gente fica um tanto indiferente quando aprende a desamar. A gente ficou machucado um do outro. E eu acho tudo isso super descabido de dizer agora, depois de tanta mágoa, mas eu queria me curar.

Hoje eu sei que todo mundo carrega uma dor, por isso fica louco, ressentido, vira bandido, ou vítima. Hoje em dia, eu respeito cada um carregando a sua dor atravessando a Paulista.

Eu nem sei por que estou dizendo tudo isso por telefone... Faz tanto tempo que a gente não se fala, mas o que eu queria mesmo era o telefone da Bárbara. O Gustavo vai dar uma festa na casa de praia dele e eu quero perguntar se posso ir com ela.

(DEISE ANNE RODRIGUES DE SOUZA)

P.S.: Eu me encontro em cada cantinho desse texto, só não me pergunte onde...

Deise, te amo! Te ler é sempre um dos melhores presentes!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dreaming my dreams!



"Eu tive um sonho, vou te contar..."


Pode ficar tranquilo, eu não me atirava do oitavo andar.


Apenas sonhei que ontem não era um passado tão distante,


Sonhei que nem tudo era dor, rancor...


Sonhei e deu pra sentir o cheiro! Ahhh, cheiro da terra molhada depois da primeira rajada de chuva, cheiro da pele sem perfume, do suor impregnado e do gosto salgado na língua.


Sonhei que os olhos se encontravam de novo e em silêncio sorriam, um sorriso tímido. Silenciosamente belo...







terça-feira, 12 de julho de 2011

"SOU NORDESTINA"


VERGONHA QUE NÃO TENHO DE SER NORDESTINA

Sheila Raposo - Jornalista

Cultivado entre os cascalhos do chão seco e as cercas de aveloz que se perdem no horizonte, cresceu, forte e robusto, o meu orgulho de pertencer a esse pedaço de terra chamado Nordeste.

Sou nordestina. Nasci e me criei no coração do Cariri paraibano, correndo de boi brabo, brincando com boneca de pano, comendo goiaba do pé e despertando com o primeiro canto do galo para, ainda com os olhos tapados de remela, desabar pro curral e esperar pacientemente, o vaqueiro encher o meu copo de leite, morninho e espumante, direto das tetas da vaca para o meu bucho.

Sou nordestina. Falo oxente, vôte e danou-se. Vige, credo, Jesus-Maria e José! Proseio com minha língua ligeira, que engole sílabas e atropela a ortoépia das palavras. O meu falar é o mais fiel retrato. Os amigos acham até engraçado e dizem sempre que eu “saí do mato, mas o mato não saiu de mim”. Não saiu mesmo! E olhe: acho que não vai sair é nunca!

Sou nordestina. Lambo os beiços quando me deparo com uma mesa farta, atarracada de comida. Pirão, arroz-de-festa, galinha de capoeira, feijão de arranca com toucinho, buchada, carne de sol... E mais uma ruma de comida boa, daquela que, quando a gente termina de engolir, o suor já está pingando pelos quatro cantos. E depois ainda me sirvo de um bom pedaço de rapadura ou uma cumbuca de doce de mamão, que é pra adoçar a língua. E no outro dia, de manhãzinha, me esbaldo na coalhada, no cuscuz, na tapioca, no queijo de coalho, no bolo de mandioca, na tigela de umbuzada, na orêa de pau com café torrado em casa!

Sou nordestina. Choro quando escuto a voz de Luiz Gonzaga ecoar no teatro de minhas memórias. De suas músicas guardo as mais belas recordações. As paisagens, os bichos, os personagens, a fé e a indignação com que ele costurava as suas cantigas e que também são minhas. Também estavam (e estão) presentes em todos os meus momentos, pois foi em sua obra que se firmou a minha identidade cultural.

Sou nordestina. Emociono-me quando assisto a uma procissão e observo aqueles rostos sofridos, curtidos de sol do meu povo. Tudo é belo neste ritual. A ladainha, o cheiro de incenso. Os pés descalços, o véu sobre a cabeça, o terço entre os dedos. O som dos sinos repicando na torre da igreja. A grandeza de uma fé que não se abala.

Sou nordestina. Gosto de me lascar numa farra boa, ao som do xote ou do baião. Sacolejo e me pergunto: pra quê mais instrumento nesse grupo além da sanfona, do triangulo e da zabumba? No máximo, um pandeiro ou uma rabeca. Mas dançar ao som desse trio é bom demais. E fico nesse rela-bucho até o dia amanhecer, sem ver o tempo passar e tampouco sentir os quartos se arriando, as canelas se tremelicando, o espinhaço se quebrando e os pés se queimando em brasa. Ô negócio bom!

Sou nordestina. Admiro e me emociono com a minha arte, com o improviso do poeta popular, com a beleza da banda de pífanos, com o colorido do pastoril, com a pegada forte do côco-de-roda, com a alegria da quadrilha junina. O artista nordestino é um herói, e nos cordéis do tempo se registra a sua história.

Sou nordestina. E não existe música mais bonita para meus ouvidos do que a tocada por São Pedro, quando ele se invoca e mete a mãozona nas zabumbas lá do céu, fazendo uma trovoada bonita que se alastra pelo Sertão, clareando o mundo e inundando de esperança o coração do matuto. A chuva é bendita.

Sou nordestina. Sou apaixonada pela minha terra, pela minha cultura, pelos meus costumes, pela minha arte, pela minha gente. Só não sou apaixonada por uma pequena parcela dessa mesma gente que se enche de poderes e promete resolver os problemas de seu povo, mentindo, enganando, ludibriando, apostando no analfabetismo de quem lhe pôs no poder, tirando proveito da seca e da miséria para continuar enchendo os próprios bolsos de dinheiro.

Mas, apesar de tudo, eu ainda sou nordestina, e tenho orgulho disso. Não me envergonho da minha história, não disfarço o meu sotaque, não escondo as minhas origens. Eu sou tudo o que escrevi, sou a dor e a alegria dessa terra. E tenho pena, muita pena, dos tantos nordestinos que vejo por aí, imitando chiados e fechando vogais, envergonhados de sua nordestinidade. Para eles, ofereço estas linhas...


P.S.: Faço das palavras acima, minhas também. Sou NORDESTINO com muito orgulho. Orgulho de saber que a verdeira identidade do meu país mora no Nordeste; Orgulho das praias mais lindas do Brasil estarem ao alcance dos meus pés, onde a água do mar é sempre convidativa; Orgulho da hospitalidade desse povo que só pensa em servir bem quem é de fora, por que aqui todo mundo é igual; Orgulho de ser "cabeça-chata", de ser "paraíba" ou qualquer outro adjetivo dessa natureza; Orgulho da culinária mais diversa e saborosa que o Brasil pode oferecer a seu povo. E ainda tem gente que pensa que é mais, que é melhor, que basta ter olhos de cor clara e pela "branca" para poder apontar o dedo na cara de um Nordestino e se achar superior. Para quem pensa assim, eu digo uma coisa: Sejam sempre bem vindos ao Nordeste, ou melhor, ao Paraíso! Venham ver que o céu daqui brilha mais que o daí; que as pessoas daqui são mais felizes que as daí; e vejam com seus próprios olhos que esse bando de gente "feia" que vocês dizem por aí, tratam vocês melhores que as daí!!!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

UMA HORA PARA A LOUCURA E A ALEGRIA

Uma hora para a loucura e a alegria! Ó furiosos! Oh, não me confinem!

(O que é isto que me liberta assim nas tempestades?

Que significam meus gritos em meio aos relâmpagos e aos ventos rugidores?)


Oh, beber os delírios místicos mais fundamente que qualquer outro homem!

Ó dolências selvagens e ternas! (Recomendo-as a vocês, minhas crianças,

Dou-as a vocês, como razões, ó noivo e noiva!)


Oh, me entregar a vocês, quem quer que sejam vocês, e vocês se entregarem a mim, num desafio ao mundo!

Oh, retornar ao Paraíso! Ó acanhados e femininos!

Oh, puxar vocês para mim, e plantar em vocês pela primeira vez os lábios de um homem decidido.


Oh, o quebra-cabeça, o nó de três voltas, o poço fundo e escuro – tudo isso a se desatar e a se iluminar!

Oh, precipitar-me onde finalmente haverá espaço e ar o bastante!

Ser absolvido de laços e convenções prévias, eu dos meus e vocês dos seus!

Encontrar uma nova relação – desinteressada – com o que há de melhor na Natureza!

Tirar da boca a mordaça!

Ter hoje ou todos os dias o sentimento de que sou suficiente como sou!


Oh, qualquer coisa ainda não experimentada! Qualquer coisa em transe!

Escapar totalmente aos grilhões e âncoras dos outros!

Libertar-me! Amar livremente! Arremeter perigosa e imprudentemente!

Cortejar a destruição com zombarias e convites!

Ascender, galgar os céus do amor que foi indicado para mim!

Subir até lá com minha alma inebriada!

Perder-me, se preciso for!

Alimentar o resto da vida com uma hora de completude e liberdade!

Com uma hora breve de loucura e alegria.

(WALT WHITMAN)