Tudo começou, exatamente, por não haver o que falar. Apenas o vento varria os campos e os restos...e os restos deles iam com o vento varrer outros campos...e assim o vento ia...levando os restos...dos restos...deles...
Luz: O que você faz quando chove dentro de você? Como hoje a tarde eu vi.
Escuridão: Eu me afogo...depois me salvam...depois me fazem florir.
Luz: Como é se afogar por dentro então?
Escuridão: É poder saber que não existe mais nada...é não ter mais sede...e por isso, entregar-se...ao afogar-se.
Luz: Isso seria a causa de uma dor, pois me diga uma!
Escuridão: A perda do grande amor.
Luz: A perda do grande amor, beirando o clichê, apesar d'eu ter que concordar com o senhor!
Escuridão: Nunca será um clichê...a vida pode ser, porém o amor não...Eros é parte de nós...ou melhor, para quem o aceita...viu?
Luz: E para quem não aceita...qual a receita?
Escuridão: Uma pena...piedade. E para você...o que é o Eros?
Luz: Eros, um belo nome, cheio de interpretações, além de ser eternamente uma referência ao amor.
Escuridão: Muito vaga a resposta, porém tudo bem!!
Luz: Isso não quer dizer que eu seja superficial.
Escuridão: Eu não disse isso...quem fala é você!
Luz: Existem coisas que não dá para colocar em palavras, concorda?
Escuridão: Sim, e que não fiquem guardadas dentro de mim...com vontade de expressá-las. O silêncio é um alívio, como diz o poeta, mas pode calar muitas coisas que poderiam mudar tudo...num instante, concorda?
Luz: De fato, isso é uma verdade, mas ás vezes mudar pode significar algo ruim também, uma vez que pensamos muito e em silêncio, o resultado final é que não dá para escutar o barulho que faz dentro de nós...dentro de mim.
Escuridão: Você é mais razão ou emoção?
Luz: Emoção, e o engraçado é que o problema do homem moderno é exatamente o contrário. O homem moderno é razão, pé no chão. Talvez, por isso, eu sofra.
Escuridão: Você me parece mais razão...é, eu errei.
Luz: Nem sempre somos como os outros nos veem!
Escuridão: E as atitudes, não mostram nada? Ou é só uma "Persona"? Hein?
Luz: Pode ser, talvez seja uma forma de defesa, ou mesmo a falta dela.
Escuridão: Já fui assim...ou sou assim...mas me permiti e é isso aí!
Luz: Estamos em eterno processo de mudança, todos os dias amanhecemos diferentes, de uma certa forma. Mas me diz, como faz pra pensar menos e viver mais?
Escuridão: Não sei, mudanças...mas sempre tentando preservar a nossa essência...se não, voltamos ao zero.
Luz: Não tem como zerar esse cronômetro, meu caro! A contagem é regressiva.
Escuridão: Mudanças não, melhor ainda...as máscaras! Postas por nós ou pelos outros. Com isso você tem que concordar.
Luz: Eu não tenho que concordar com nada, essa pode ser a sua Verdade. Apesar dela não existir!
Escuridão: Não?! Então, o que seria a Verdade?
Luz: Não existe verdade absoluta. O que pode vir a ser verdade para você, pode não ser a minha. Diante disso, acabamos com a verdade!
Escuridão: Concordo com você sobre isso.
Luz: Então me diz, o que seria mentir? Diante dessa constatação.
Escuridão: Mentir? Como assim?
Luz: Isso mesmo, defina "mentir" por favor!
Escuridão: Como dizem, um discurso contrário à verdade, quando você faz acreditar que é!
Luz: Poís brincaremos de fazer acreditar e dessa forma poderemos tornar as coisas menos dolorosas e as verdades alheias se tornarão nossas também!
Escuridão: Então, para você não existe mentira absoluta?
TO BE CONTINUED...
Texto escrito por "bemlongedemim" e "restodemim-disfarcaechora"
lindo. mesmo
ResponderExcluiresse encontro realmente rende poemas, canções e suspiros desde o tempo em q não se sabia q eles eram inseparaveis..
ResponderExcluirvc tocou em temas dificeis de uma forma tao leve, soando ora como um bom papo, ora como faiscas e fogo prestes a ser ateado.
é por isso q gosto da tua coisa, marcos..
brigadão Gê e Frank, é pra isso que estamos aqui, é bom saber que o texto provoca sensações e inquietações...
ResponderExcluirComo pode algo ser intrigante, belo e tão real ao mesmo tempo? conheço parte deste diálogo.
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