Check it out!

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Eu te esperei o ano inteiro


Eu te esperei o ano inteiro.
Cortei o cabelo a cada dois meses, deixei a barba do tamanho da sua tara e me vesti como quem pode ser chamado para um happy hour às 8h da manhã.
Larguei poemas de bar sobre a TV, pastas com todos os meus rascunhos no sofá e uma pilha de livros grifados no chão da sala.
Varri o pó da minha procrastinação para debaixo do tapete.
Queria que você me imaginasse inspirado, escritor em tempo integral, artista vocacionado ao trabalho (em menor escala) e ao sofrimento (em maior escala). Queria te falar sobre como desprezei duas grandes editoras - e como escolhi lançar o meu primeiro romance num esquema de crowdfunding. Queria que pensasse que mesmo sem suas pilhas, cordas, bote salva-vidas ou tranças de Rapunzel maloqueira, eu me mantive na linha, produtivo, atento e esperançoso. Queria que você comprasse essas mentiras como quem se joga numa Black Friday qualquer.
Eu te esperei o ano inteiro.
Deixei o seu disco preferido congelado na vitrola, um vinho tinto envelhecendo no armário e, principalmente, um celular sempre carregado. A cada número desconhecido no visor do Iphone, a certeza de que você havia trocado seus números ou algo assim. Eu imaginei sua voz a cada toque, cada ringtone e cada grito do interfone.
Foi o tempo inteiro com esse barulho na minha cabeça, como se caçambeiros espaciais estivessem tirando todo um entulho romântico de dentro de mim.
Eu te esperei o ano inteiro.
Nos cinemas da cidade, nos seus filmes preferidos, na sétima fileira, com dois sacos de pipoca e uma Coca Zero. Eu também te esperei na frente dos teatros, com meus ingressos de cortesia na mão, meus amigos do ‘meio’, meus papos cabeça, minhas fofocas de camarim, minha coxinha fria, meu abraço falso e meu sorriso amarelo.
Eu te esperei o ano inteiro.
Nos bares mais frequentados, nas trincheiras de garrafas vazias, na conta dividida por oito, na fila do banheiro, na esticada até o ‘pé sujo’ mais suspeito e nos ‘pegas’ que eu dei numa velha amiga sua.
Mas você não veio. Você não bebe mais? Você ainda está viva? Alô!!!
Eu te esperei o ano inteiro.
Sabe aquela expectativa de quem já está há mais de 20 minutos no ponto do ônibus e fica repetindo mentalmente: “o próximo é o meu, o próximo é o meu…” ?
Eu te esperei o ano inteiro.
Como quem espera um lance de sorte, uma obra do acaso, um match no Tinder.
Você era uma pedra que eu havia planejado tropeçar, um atropelamento marcado para o cruzamento mais manjado da cidade. Eu te esperei como quem fica dando sopa para os batedores de carteira na Praça da República.
Eu te esperei o ano inteiro.
Eu te esperei em outras bocas, enrolado em outras línguas, amassando outros corpos contra o meu. Eu te esperei em outras promessas, outras encrencas e até pequenas paixões. Eu te esperei em tudo o que eu menti, inventei ou morri.
Eu te esperei o ano inteiro,
mas foram tantas vidas.
E agora o ano está acabando.
E cadê?

Texto de Gilberto Amendola

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

domingo, 9 de novembro de 2014

Gente que acalma a Alma


Tem gente que com a alma acalma.
Acalma a alma de gente sem alma calma.
Tem gente que te faz sorrir em silêncio.
Silêncio de alegria muda que irradia feito luz do dia.
Tem gente que mora longe.
Tão longe que dá pra sentir tão perto.
Tem gente procurando gente feito a gente.
Gente que acalma em silêncio quem mora tão longe da gente.
Nesse mar de gente sem gente,
De gente procurando ser gente,
Eu vivo feliz por encontrar gente que me faz sorridente.
Gente que se faz presente como presente que damos a gente.
Gente que sente que habita um lugar feliz dentro do coração da gente.

Ma Vie

Obs: Esse texto é dedicado as pessoas que mexem com o coração da gente!

terça-feira, 4 de novembro de 2014

domingo, 21 de setembro de 2014

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Mais um jovem Balzaquiano nasce para um belo horizonte


Hoje o sol nasceu sorrindo, brilhando de alegria naquele belo horizonte.
Hoje os ipês amanheceram dançando no embalo do vento e as roupas coloridas fazendo a festa no varal do Taquaril.
Por todo lado era alegria acordando pra celebrar a vida. Lá no Alta, cheio de Vera e de Cruz, também havia festa. Na Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção, nas radiolas de São Luis, nas ladeiras de Ouro Preto, Mariana, banhando nas águas frias de Antônio Pereira, havia festa.
Nascia o filho de Pernambuco e Maranhão nos braços das Minas Gerais.
Aproveita a era Balzac, que depois vem o Prozac, mas esse aí ainda vai ter que esperar vossa majestade reinar, contagiar o povo quando teu sorriso se abre feito manhã de dia ensolarado.
Vem abraçar teus súditos porque sem abraço o coração não passa e sem tua alegria, a vida não tem graça.
Hoje é o dia do pavão misterioso levar teus sonhos pra voar.
Hoje o Padim Ciço te abençoa do alto daquele Orto, te cobrindo de fitinhas coloridas de Juá.
Hoje o mestre Patativa homenageia lá do céu de Suassuna, o meu mestre daqui ao ler essas linhas, se emocionar:

"Poeta, cantô da rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.

Feliz de quem pode abraçar tanta lindeza nesse dia de hoje,
Weltu, pega teu fita preta, macaca, cu seco, gordinha, gatinha, a beija, a colhega, a piri, a Dulcinéia, o Dan, o Pepê, a Zefa e o resto do magote de amores que te amam tanto e coloca todos eles no Trem de Minas do teu coração mágico.
Mas pelo amor de Dadá, não vá esquecer de mim! 
Porque daqui do meu Ceará, 
Da brisa desse mar de yemanjá,
Meu coração segue a festejar,
O jovem Balzac debutar!


Feliz Aniversário!!!
Aproveita essa viagem de 365 dias que começa hoje em volta do sol!

Ma Vie

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Bullet With Butterfly Wings


É tudo tão vazio dentro do mesmo vácuo, que quando abro meus olhos de manhã, tenho a estranha sensação do nada corroendo minhas órbitas doloridas do choro que vai inundando o espaço distante entre o céu e o inferno do meu caos particular.
Nada dentro, nada fora, além de um barulho oco sacudindo as carnes trêmulas. Os músculos se contraem apertando contra o peito o peso da angústia que corrói pela beirada dos beiços o resto de calor, e eu aqui tentando ser mais doce, mais leve, menos dolorido.
As noites se tornam cada vez mais longas, intermináveis até! E no meio daquele nada em preto e branco, eu vou me aventurando nos riscos e desregramentos de quem não tem muito mais a perder. Pego o pano de chão, dois terços de madeira, uma faca cega, três quilos de sal grosso e me preparo pro banquete. Hoje teremos Bullet with butterfly wings, servido ao molho de água fluidificada com gás. Adoro bolhinhas psicodélicas que explodem dentro do vazio de mim mesmo e alimentam o ar nas noites frias de inverno.
Fico escutando a inércia do que não acontece e presto atenção:
No ar que respiro,
No suor que transpiro,
No perfume que inspiro,
No amor que suplico,
No gozo que suspiro
No exato momento em que expiro. 

(Ma Vie)

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Meu medo, Minha coragem, Minha alegria


É quando se descobre que os caminhos não são nossos
Não se sabe aonde ir
Que lágrima chorar, que alegria ter,
E de que modo o coração sobrevive. 
E se percebe que não há caminhões. 
Que os pés e as pessoas nos acompanham, nos abandonam ou 
Sempre reaparecem. Todos na mesma busca e perdidos.
Outros nos ressuscitam a presença do amor.

Os livros tomam espaços.
A música se compõe em dupla:
Tua casa, tua roupa, teu dia.
Meu medo, minha coragem, minha alegria.



Belas linhas escritas pelo meu querido amigo:
João Paulo L.
Londres, 12.02.2014


Foto: Ma Vie em Antonio Pereira - Distrito de Ouro Preto - MG

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Birdy - Bird Gerhl (Anthony And The Johnsons cover)

"Aponta pra fé e rema!"

Hoje eu acordei sem ter dormido. Imerso na escuridão dos sentimentos de saudade do amor que me abandonou. 
Hoje eu sigo abandonado, pelos caminhos que não levam a você. Difícil é caminhar quando a chegada não é no teu abraço e o descanso não é no teu coração.
No perde e ganha da vida: perdi no amor e ganhei na dor. Uma dorzinha dolorida, daquelas que faz a alma tremer de frio quando o sol brilha em silêncio.
Lembrei das palavras do poeta que traduz quase tudo, quando diz:

"Eu te amo de alma para alma.
E mais que as palavras,
ainda que seja através delas
que eu me defenda,
quando digo que te amo
mais que o silêncio dos momentos difíceis,
quando o próprio amor
vacila."

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O Riso do Menino Melancólico

Lá vai o menino melancólico com seu riso limitado e mortal.
Lá vai o riso marcado pela falta e pela impossibilidade do menino melancólico.
Ah menino melancólico, deixa de ser assim tão menino e melancólico!
Vem ser apenas menino, com teu riso de fragilidade a ultrapassar o mundo.
Vem ser apenas palhaço, com teu riso descontrolado de ausência.
Vem ser apenas melancólico, com o brilho do riso que não se prolonga e te faz menino melancólico.
Saber rir momentaneamente é tornar-se Deus, é buscar sentir o amor que inspira.
Ah menino melancólico, se tua natureza te faz sorrir pra dentro, então faça do teu riso melancólico o senhor da tua poesia.
Que a melancolia do teu riso te faça rir da solidão.
Que teu riso melancólico seja tua salvação.

By Ma Vie

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Para você: minha caixinha de surpresa.

A vida é mesmo uma caixinha de surpresas!
Eu sempre imaginei encontrar uma pessoa que me desse conforto, que me trouxesse paz, que me aceitasse como eu sou.
De repente, num dia despretensioso, a vida te coloca no meu caminho e você não era nada disso. Você era bem diferente.
Você era de longe!!!
Eu nunca imaginei, que daquele dia em diante eu iria voar, flutuar, sonhar!
Voar de encontro ao amor!!!
Você, além de conforto, me trouxe a inquietação de fazer nascer um novo modo de pensar.
Além da paz, você me trouxe um mundo novo, cheio de grandes descobertas, cheio de lugares mágicos, de montanhas, cachoeiras, serração, friozinho com vinho, ladeiras históricas, pessoas maravilhosas e abraços intermináveis.
Com você, tenho aprendido ricos ensinamentos e a grandeza de perceber que a minha filosofia precisava ser pensada com olhos mais maduros.
Com você, eu tenho aprendido que nem toda distância é ausência e que Confins não é o fim do mundo.
Hoje, eu poderia simplesmente te dizer para você continuar sempre assim, para nunca mudar. Mas digo o oposto, digo para mudar e continuar mudando minha vida, me fazendo sempre melhor.
 Te amo cada vez mais, cada vez de um jeito novo!

by Ma Vie


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Chapeuzinho Vermelho morta a pauladas

Li no jornal a notícia sobre uma menina, 11 anos de idade, morta a pauladas em Maracanaú. Tinha nome de gente, mas a chamavam de “Preá”. Por coincidência, um dos “trocentos” apelidos de rua que ganhei no tempo de eu menino. Talvez por causa das orelhas de abano ou porque fui um menino miúdo, ligeiro.

Pois bem, a vidinha invisível da mirrada Gerlândia Santos Medeiros valia quase nada pra cidade. Vale uma biografia. Daquelas que nenhum homem público – prefeito, governador, vereador, deputado, senador, presidente da República – poderia deixar de ler, reler e ruminar. 

Poderia ser mais. Uma narrativa, conto de fadas às avessas para crianças, pais e professores. Onde, no final, o dragão destroça o pai, a mãe, dois irmãos e a mocinha. Mais ou menos assim: “Branca de Neves morta a pauladas”. Ou então: “Rapunzel, dependente de crack, foi executada”.

Ou talvez: Gerlândia Santos Medeiros, também conhecida por Chapeuzinho Vermelho, “foi vista com vida pela última vez, por volta das 22 horas da terça-feira, quando passou de bicicleta nas proximidades das casas de parentes”. 

No capítulo seguinte, intitulado “Viciada aos 11”, a avó paterna de Preá, a aposentada Maria Hilda Medeiros, contou que a netinha era praticamente moradora de rua. “Ela me disse que começou a fumar ‘pedra’ quando tinha nove anos”.

Pois foi. Preá nem sempre dormia em casa. Perambulava sozinha e só saía com alguém, um lobo talvez, quando ia fumar crack. Em 2010, Paulo Sérgio dos Santos Medeiros, pai de “Chapeuzinho Vermelho”, foi assassinado por traficantes que lhe atazanavam dívidas. 

Nos anos seguintes, 2011 e 2012, dois irmãos de Chapeuzinho também seriam executados. A mãe? Também se foi. A menina, por último, só tinha a vovozinha que mal sabia dela.

Essa história, real e absurda, é da semana retrasada. Queria que fosse inventada. A notícia de Gerlândia não para de rodar nos meus olhos.

Gerlândia, Preá ou Chapeuzinho Vermelho do Maracanaú, existia há apenas 11 anos quando lhe tiraram a infância. Tempo de quase dois governadores e dois prefeitos. Fizeram o quê pelos dias da menina, do pai dela, da mãe e dos dois irmãos? E nós daqui, da Aldeota, também necas.

Um conto de crueldade que no fim, mais uma vez, os traficantes ficam por aí e o bairro nunca é devolvido para os aldeões. E eles voltarão a roubar miolos de histórias.

... Era uma vez uma menina invisível que só souberam de sua existência quando ela morreu a vida dela mesma.

Tinha tudo para ser uma princesa, gostava de bonecas, ganhar chocolate, entrar na internet, visitar a avó e levar comidinhas pra ela a pedido da mãe. Mas, um dia, em um de seus caminhos pelo Maracanaú, um lobo muito mal, muito mal lhe atalhou...

Este foi o texto que quis vir. Até tentei outros, mas só veio este. Miúda biografia da menina que nunca deram importância.

Até outro domingo.

DEMITRI TÚLIO é repórter especial e cronista do O POVO, demitri@opovo.com.br

O Amor


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

ODE ÀS (T) ALMAS I


Betty topava tudo. Topava 50tinha, chupetinha, arranhão. 
De quatro, de oito, de graça. [[de graça? Nunca!]]
Ativa. Passiva. Totalmente liberal. 
Betty topava tudo. Maricona, mariquinha, casal pseudo-hétero, fetichista.
Bicha casada, bicha solteira, bicha velha, bicha nova. 
Travequeiro, T-Lover, pornografia, pornochanchada. 
Estudante bêbado, transfóbico, homofóbico, vidafóbico.
Taxista machista, fetichista, sensacionalista. 
Cafetina louca, mona louca, mona de porre, drogadita, drogadona. 
Tudo louca, devassa, travessa!
Todas perturbadas, assanhadas, destruídas. 
Todas Almas, todas Vidas, todas desgraçadas, açoitadas, marginalizadas. 
Betty topava tudo. Anticoncepcional, Perlutan, Androcur, terapeuta, fonoaudiólogo, silicone industrial, bundão, peitão, corpão, cirurgião, clandestinão, Paraguayão. 
DST, AIDS, HIV.
Aquendar a neca, fazer a chuca, 2 anos de SUS, 5 anos de SUS, 20 anos de SUS, 
nome social, nome civil, nome da puta que pariu. 
Pai filho da puta, Mãe filha da puta, Irmão filho da puta, Irmã filha da puta, Tio filha da puta, Tia filha da puta, Avô filho da puta, Avó filha da puta, Primo filho da puta, Prima filha da puta, Sobrinho filho da puta, Sobrinha filha da puta, Orfanato filho da puta Mundo filho da puta.
Betty topava tudo. Avião, Tailândia, concurso de Miss, vagina recém-feita, marido porta afora 
Betty topava tudo. Rejeição Suicídio Sujeição Agressão Depressão
Betty topava tudo. 
Betty topava com a Vida, com o Amor, com o Ódio, com Deus, com o Diabo. 
Betty topava tudo. Betty era Vida, Betty era Poesia. Betty era Betty E não João ou Ricardo ou Pedro Henrique ou Leonardo ou Maykon ou André ou Daniel Ricardo Martins da Fonseca. Betty era Betty e 
Betty topava tudo.

Texto de Alexander Brasil (Poema em homenagem ao Dia Nacional da Visibilidade Trans - 29 de Janeiro)

sábado, 25 de janeiro de 2014

De Tarantino e Sade, todo mundo tem um pouco.

É na loucura dos normais que a insanidade faz a festa.

Chega de mansinho, vai entrando em casa e passa direto para o lugar dos prazeres inconfessáveis: a alcova.
Nas quatros paredes do recinto, quem dirige a cena é a luxúria embebecida de álcool e fumaça furta cor.
Tudo que ali se encontra é velado, é túmulo, é despido de qualquer pudor equaliza-dor. Na arte do entretenimento dos prazeres um é sempre vouyer, dois já passamos para a normatividade, três é sempre um convite à trois, em seguida um balanço no swing à quatre e os números vão perdendo sua forma, se transformando em gemidos e sussurros.

- "Como ser delicado de pau duro?" Pergunta o jovem no tatear de mãos gulosas que vasculham cavernas e túneis em busca do melhor encaixe.

- "Oh, céus! Não... não quero que seja ele, senão vou morrer: o vosso é bem menor." Mas no escuro, tamanho não é documento.

Os corpos se unem a música que adormece as carnes tremulas e é tudo gozo, é tudo dor, é tudo calor.
É na morte de gozar plenamente que o desejo se alimenta e todo dia morre-se um pouco. E morre-se só, pois é no altar que o egoísmo te espera. É na individualidade dos prazeres que cada um vai construindo sua alcova, seu túmulo, seu cárcere.

No meu quarto é tudo assim, tem um pouco de alcova e cova, um pouco de Marquês e de Sade também, um pouco de Mia Wallace e Beatrix Kiddo. Tem também um pouco de Selma e Miranda Priestly, Mallory Knox e Heleninha Roitman.

Acordei me sentindo Marylin, só me falta saber se assumo ser Monroe ou Manson. Na dúvida, vou assistir Pulp Fiction.

Texto escrito por Ma Vie

* Os trechos entre aspas foram tirados do romance A Filosofia na Alcova - Marquês de Sade

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

domingo, 5 de janeiro de 2014

It's evolution, baby!


Da confusão a conclusão.

- você cheira cocaína.
- não cheiro. 
- então por que você vai tanto ao banheiro? 
- eu tenho uma bexiga de menina. 
- você cheira cocaína e é um machista babaca. 
- posso ser machista, mas não cheiro cocaína. 
- eu tenho certeza que você cheira cocaína. 
- então taí uma boa hora pra você perceber que não dá pra ter certeza de nada nesta vida. 
- você tá querendo mudar de assunto; você cheira ou não? 
- não. 
- mentira. 
- ok. (silêncio) 
- por que você não assume logo que cheira cocaína? 
- porque eu não cheiro cocaína. 
- seu nariz é muito nervosinho. 
- rinite. 
- a desculpa clássica de quem cheira cocaína. 
- ou apenas a verdade. 
- se você quiser ficar comigo vai ter que assumir que cheira cocaína. 
- eu não quero ficar com você. 
- e eu não curto mentirosos. 
- ok, eu sou um mentiroso. 
- então você cheira cocaína? 
- não… eu quero ficar com você. 
- então assume. 
- ok, eu cheiro cocaína. 
- eu sabia. me dá um teco? 

— J.Castro