De repente estávamos ali, cinco amigos, quase amigos. Digo isso pelo fato de que haviam amigos de muito tempo, de pouco tempo e de poucas horas, mas todos ligados por laços de empatia e vontade de estarem juntos. Se encontraram numa dessas festas, que não deveria nem ser chamada assim: festa. Exatamente porque não havia festa alguma, apenas algumas pessoas dentro de um cubículo, tomando cerveja e ouvindo música no centro da cidade já entregue a putas e bêbados numa noite despretensiosa de sábado. Resolvemos dar uma volta, beber alguma coisa e voltar mais tarde, quando a “festa” já estivesse a todo vapor. Estacionamos, sentamos num desses bares onde sempre tem uma pessoa cantando todos os hits. Pedimos cerveja e conversamos bastante sobre tudo e sobre todos, hora com um, hora com outro, a conversa ia tomando forma e os amigos se sentiam mais leves e felizes sem se quer saberem disso, apenas sentiam...
Horas depois, resolvemos voltar, talvez agora conseguiríamos nos divertir lá. Chegamos e a sensação era de que a tal festa estava mais vazia ainda, ausente de vida e alma, onde apenas o jogo de luz se divertia sozinho oscilando entre o verde, o vermelho e o negro. Conversamos, deliberamos bastante e resolvemos procurar o que fazer em outro lugar, até porque a noite ainda convidava aqueles cinco a curtir mais, a ficarem mais tempo juntos e juntos eles queriam ficar.
O carro cruzava as ruas e avenidas a procura de algo, de alguma coisa, de algum lugar onde pudéssemos continuar. Chegamos num desses bares onde temos o hábito de ir frequentemente, mas nunca numa madrugada de sábado para domingo. Enfim, pedimos mais cerveja e assim ficamos, por mais algumas horas a conversar , a encher os copos uns dos outros, depois fumar um...cigarro. Era como se tivéssemos que saber de tudo, conhecer tudo da vida dos cinco em apenas uma noite e entre risos, e olhares quase que comprometedores, continuamos. Falamos de amor, sexo, drogas, Caio Fernando, morte, vida, começo, fim, filosofia, política, inglês, Europa, expectativas, desejos e vontade...e vontade.
Faltavam alguns minutos para o clarear do dia, a manhã começava a romper a escuridão da noite, quando resolvemos pedir a conta e nos preparamos para ir para qualquer lugar, contanto que continuássemos juntos um pouco mais, e sem perceber... continuamos. Mas para onde iríamos, o que faríamos naquela manhã recém-nascida, não sabíamos. Alguém sugere “ que tal a praia!”. Tomada a decisão, descemos juntos rumo ao mar, melhor opção não poderia existir, a cidade amanhecendo, a praia vazia e os cinco sentados a beira-mar, tomando cerveja, os raios de sol iluminando as faces lindas, cansadas, olhos vermelhos dos cigarros muito, dos muitos brindes, de muito álcool, mas fiéis a vontade de permanecerem juntos. Dentro de pouco tempo, de poucos minutos estaríamos em nossas casas, cada um descansando o corpo morto de sono, deitado cada um na sua própria cama. Mas por enquanto não, por enquanto a brisa do mar soprava todos os bons presságios sobre nós, se nos encontraríamos outra vez, quando, como e entre abraços, e risos, e olhares fomos, cada um para o seu refúgio particular, para o casulo dentro de nós mesmos. Difícil dizer adeus, difícil separar e o número cinco ia perdendo sua forma, seu conteúdo, sua substância e gradualmente passamos a ser quatro, depois três, dois e apenas um. Agora cada um seguia seu rumo para qualquer lugar. Para onde? Não sabíamos ao certo. Apenas a certeza de que em breve, ou não, aqueles cinco se encontrarão novamente e é na expectativa desse novo encontro, que escuto o ponteiro do relógio velho pendurado na parede, quebrar o silêncio, o tic-tac parecia soar cada vez mais alto e como em um ritual qualquer, ou mesmo um mantra, pensava em tudo e em todos que fizeram parte desse passado tão recente. E assim, fui adormecendo, contando silenciosamente os segundos, os minutos, até desaparecer por completo dentro da estranha sensação de se sentir assim...um...dois...três...quatro...cinco...cinco...cinco...cinco...cinco.
Horas depois, resolvemos voltar, talvez agora conseguiríamos nos divertir lá. Chegamos e a sensação era de que a tal festa estava mais vazia ainda, ausente de vida e alma, onde apenas o jogo de luz se divertia sozinho oscilando entre o verde, o vermelho e o negro. Conversamos, deliberamos bastante e resolvemos procurar o que fazer em outro lugar, até porque a noite ainda convidava aqueles cinco a curtir mais, a ficarem mais tempo juntos e juntos eles queriam ficar.
O carro cruzava as ruas e avenidas a procura de algo, de alguma coisa, de algum lugar onde pudéssemos continuar. Chegamos num desses bares onde temos o hábito de ir frequentemente, mas nunca numa madrugada de sábado para domingo. Enfim, pedimos mais cerveja e assim ficamos, por mais algumas horas a conversar , a encher os copos uns dos outros, depois fumar um...cigarro. Era como se tivéssemos que saber de tudo, conhecer tudo da vida dos cinco em apenas uma noite e entre risos, e olhares quase que comprometedores, continuamos. Falamos de amor, sexo, drogas, Caio Fernando, morte, vida, começo, fim, filosofia, política, inglês, Europa, expectativas, desejos e vontade...e vontade.
Faltavam alguns minutos para o clarear do dia, a manhã começava a romper a escuridão da noite, quando resolvemos pedir a conta e nos preparamos para ir para qualquer lugar, contanto que continuássemos juntos um pouco mais, e sem perceber... continuamos. Mas para onde iríamos, o que faríamos naquela manhã recém-nascida, não sabíamos. Alguém sugere “ que tal a praia!”. Tomada a decisão, descemos juntos rumo ao mar, melhor opção não poderia existir, a cidade amanhecendo, a praia vazia e os cinco sentados a beira-mar, tomando cerveja, os raios de sol iluminando as faces lindas, cansadas, olhos vermelhos dos cigarros muito, dos muitos brindes, de muito álcool, mas fiéis a vontade de permanecerem juntos. Dentro de pouco tempo, de poucos minutos estaríamos em nossas casas, cada um descansando o corpo morto de sono, deitado cada um na sua própria cama. Mas por enquanto não, por enquanto a brisa do mar soprava todos os bons presságios sobre nós, se nos encontraríamos outra vez, quando, como e entre abraços, e risos, e olhares fomos, cada um para o seu refúgio particular, para o casulo dentro de nós mesmos. Difícil dizer adeus, difícil separar e o número cinco ia perdendo sua forma, seu conteúdo, sua substância e gradualmente passamos a ser quatro, depois três, dois e apenas um. Agora cada um seguia seu rumo para qualquer lugar. Para onde? Não sabíamos ao certo. Apenas a certeza de que em breve, ou não, aqueles cinco se encontrarão novamente e é na expectativa desse novo encontro, que escuto o ponteiro do relógio velho pendurado na parede, quebrar o silêncio, o tic-tac parecia soar cada vez mais alto e como em um ritual qualquer, ou mesmo um mantra, pensava em tudo e em todos que fizeram parte desse passado tão recente. E assim, fui adormecendo, contando silenciosamente os segundos, os minutos, até desaparecer por completo dentro da estranha sensação de se sentir assim...um...dois...três...quatro...cinco...cinco...cinco...cinco...cinco.
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