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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

De noite e sem estrelas...

O tempo passa, a dor continua latejando incessantemente e aquela sensação de ontem não sai da minha cabeça, um turbilhão de emoções que pedem para serem vividas ou esquecidas não me deixam dormir. Levanto. Ando pela casa vazia de corpos se movimentando às onze, meia-noite. Não sei bem que horas. Abro a geladeira, bebo água, sento no sofá por alguns instantes, levanto, entro no quarto e pego um cigarro para pensar mais. Fumo. Paranóia delirante. Esqueço temporariamente que sofro. Sorrio até. As vezes da minha dor, as vezes de saudade e as vezes, simplesmente, sorrio. As vezes choro também, para aliviar o peito daquela angústia que corroí tudo por dentro. Pego o telefone, procuro na agenda alguém que possa me ouvir por alguns minutos, mas não me identifico com nenhum dos nomes que correm lista abaixo. Paro, sento, respiro um pouco mais profundamente, abro o guarda-roupas e pego um daqueles santinhos com orações que minha mãe me dera para que os momentos de desespero não parecessem tão cinza. “Amor e frio, neve, neve da minha dor, neve do meu destino! E eu aqui a chorar nesta noite tão fria! Agonia, agonia, agonia, agonia!” Rezo! E mesmo assim continuo me sentindo mal. Será que nada vai fazer passar? Me pergunto dezenas de vezes, choro mais uma vez. Tenho vontade de ligar para...pára! Para você. Prefiro não, sofrer sozinho é melhor do que ouvir palavras monossilábicas do outro lado da linha. Palavras sem emoção, sem o carinho e a excitação do ontem tão recente. Os filtros de cigarro recém fumados denunciavam que o passar das horas eram lentos, como os passos dos fiéis que acompanham o andor na procissão do meu santo em particular. Vou ao banheiro, escovo os dentes, troco olhares intermináveis diante do espelho, meu “personal” terapeuta, lavo o rosto e volto. Fecho a porta, ligo o ventilador, apago a luz e deito na cama fria de calor humano. Aquele mesmo calor que aquecia minha alma nas noites frias de inverno no alto da serra. O som do ventilador faz com que o silêncio pareça canção de ninar. Sinto que adormecerei logo, sinto meus olhos pesarem de sono e aproveito para agradecer por sobreviver a mais uma noite, porque amanhã o sol tornará a brilhar, a vida seguirá seu rumo e outra noite dessas se fará presente, para que eu abra os olhos ao clarear do dia...Amém!

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