Quando ele chegou, o outro partiu. Talvez por esperar demais ou não esperar mais nada. Foi até a cozinha daquele lugar sem corpo e alma, pegou dois copos, uma garrafa de vodka, um cinzeiro, uma vela e foi sentar-se a mesa. Bebeu toda a vodka enquanto a chama ia lentamente dando lugar a escuridão. Ficou assim por horas, dias, semanas, nunca saberemos ao certo.
Quando ele voltou, o outro tinha partido. Tinha cansado de esperar e resolveu des-esperar. Sobre a mesa o resto de vela, as garrafas vazias denunciavam que a espera tinha sido longa, filtros de cigarro e poeira.
Porém, "nesse deserto de almas também desertas", até as almas especiais perdem sua paz e seu porto seguro, como o outro que esperava o outro, que também o esperava e hoje não esperam mais nada.
E "para evitar surpresas", hoje eles "deixam todas as portas e janelas abertas!"
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