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domingo, 23 de outubro de 2011

A beira do rio

Daqui de onde estou, sentado a beira do rio, a água molhando levemente os meus pés descalços, o sol começa a brilhar, surgindo bem ao alcance do meu desejo, enquanto o céu vai mudando de cor e os raios...ah os raios.
Os raios vão dando sentido a tudo, preenchendo todos os espaços vazios, enchendo de vida onde antes era escuro. Hoje é tudo tão claro...
De longe, a música toca " you can be Henry Miller and I´ll be Anais Nin..."
Daqui de onde estou, sentado a beira do rio, deixo o vento me levar para qualquer lugar antes que o frio chegue.
Quando ele chegar, o frio, aqui dentro vai ter calor suficiente para aquecer todo o resto.
Daqui de onde estou, sentado a beira do rio, eu vou ficar. 
Vou ficar com a água, o sol e seus raios, o vento, o céu e essa mão que descansa sobre a minha enquanto os olhos brilham em silêncio.

(Marcos Ma Vie)

terça-feira, 18 de outubro de 2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"Quando tudo sem ele, é nada!"

Jericoacoara by Alexandre Diniz

terça-feira, 11 de outubro de 2011

ADORE

CRESTFALLEN


Who am I to need you when I'm down?
Where are you when I need you around?
Your life is not your own

And all I ask you
Is for another chance
Another way around you
To live by circumstance, once again

Who am I to need you now?
To ask you why, to tell you no
To deserve your love and sympathy
You were never meant to belong to me

And you may go, but I know you won't leave
Too many years built into memories
Your life is not your own

Who am I to need you now?
To ask you why, to tell you no
To deserve your love and sympathy
You were never meant to belong to me

Who am I to you?
Along the way
I lost my faith

And as you were, you'll be again
To mold like clay, to break like dirt
To tear me up in your sympathy
You were never meant to belong to me
You were never meant to belong to me
You were never meant to belong to me

Who am I? 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

sábado, 8 de outubro de 2011

Drink the Pain Away

Madame Min: Meu querido, como foi o aniversário ontem?

Rendez-vous: Nada além do esperado, é sempre bom encontrar amigos, beber alguma coisa. O ruim disso tudo é chegar em casa e ficar feito um zumbi.

Madame Min: Somos dois! Uma merda!!!

Rendez-vous: Puta que pariu! To cansado disso, dessa constante que virou minha vida, de ficar sofrendo. Eu penso que eu sou melhor do que isso, pra continuar nesse ciclo vicioso.

Madame Min: Nem sei o que te dizer, pois também estou cansada. Mas que você é bem melhor...é sim!!! É que a vida é sobretudo feita desses momentos também.

Rendez-vous: Isso é uma máxima.

Madame Min: Sabe, as pessoas fingem. Mas a verdade é que nesse mundo estamos afogados em problemas, incompreensões, solidão, angústia...e em determinados momentos nos é permitido ter um alívio qualquer para não enlouquecermos. Se é que a gente já não está...louco!

Rendez-vous: Eu concordo contigo.

Madame Min: Por isso bebemos tanto, fumamos tanto, tomamos tanto comprimidinho. É a soma, e todo mundo tem seu mecanismozinho de escape.

Rendez-vous: É verdade, a gente sai por aí, se diverte, sorrir e ninguém suspeita que voltamos pra casa um lixo.

Madame Min: É, me sinto da mesma forma. É um faz de conta, porque na real as pessoas não querem nem saber da própria dor...quiça da dor do outro. Então a gente fica brincando de vida alegre e feliz, mas quando volta pra nossa intimidade: a realidade nos atropela sem cuspe.

Rendez-vous: Poucos são como nós, e mesmo nos importando não há muito o que fazer além de ser presente, oferecer carinho e o ombro amigo. O problema é quando esse vazio é algo constante.

Madame Min: Me sinto assim. Desisti de terapias, remedinhos, religiões. Busquei tudo que podia pra conter esse vazio e essa falta de sentido...mas nada, nada, nada adiantou.

Rendez-vous: Somos dois, já pensei em cair fora, fazer varias coisas, mas cheguei a conclusão que: já fiz isso antes e não deu certo, todos os fantasmas vão conosco. E longe do mar, as coisas só pioram.

Madame Min: O pior é que eu também fiz essa tentativa.

Rendez-vous: O lance é tentar esquecer. Porém, até quando estamos tentando esquecer, vem um filho-da-puta meter o dedo na nossa cara sem ao menos saber o porque de todos aqueles excessos. Deve pensar que: "estamos fazendo linha!"

Madame Min: Cheguei a conclusão que essa paranóia de saúde e corpo é também um tipo de mecanismo de escape. As pessoas ficam obcecadas por isso, ficam buscando uma ausência de dor que não existe. Mas vou te dizer, queria ter os olhos e a mente mais simples. Queria não ver e não sentir como sinto. Penso que seria mais fácil se eu buscasse apenas o trivial.

Rendez-vous: Concordo! As vezes fico me perguntando se os "seres ignorantes"  não sofrem menos. Quer dizer, sofrem do mesmo jeito, mas não sei se pelos mesmos motivos existenciais que sofremos. É uma dor constante essa, o que me faz pensar que somos suicidas em potencial.

Madame Min: Eu acho que sofrem menos, porque sofrem pelo cotidiano, pelas coisas que vão acontecendo. Já nós, sofremos por esses e outros motivos também. Quero te falar que eu já ultrapassei essa de suicida em potencial por duas vezes. Agora tenho que me controlar porque não quero ir pro Umbral, nem tomar sopa e nem trabalhar no Nosso Lar. (risos)

Rendez-vous: Pelamordedeus: não, não, não!

Madame Min: Porque, pensa comigo, a pessoa morre de sofrer, de trabalhar. Aí morre, né?

Rendez-vous: Morre!

(Marcos Ma Vie)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Fragmentos de mim mesmo por Caio F. Abreu IX

"Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.”

P.S.: Bem clichê, bem verdade também...

Something to Remember


ADORAMOR

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AMORDORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMOR
AMORAMORDORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMOR
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(Marcos Ma Vie)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um só caminho...o de mais nada fazer


"Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos
um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo: quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho… o de mais nada fazer".
(Clarice Lispector)


P.S.: O pior de ler tudo isso...é chegar a essa conclusão e não fazer mais nada. Saber que não resta mais nada a fazer, tentar se nutrir sozinho, fazer tudo sozinho, ser sozinho. Mas vazio, não! Sozinho, carregando na mochila uma coleção inteira de saudade. Como disse o poeta: "ter saudade até que é bom, é melhor que caminhar vazio".

...

"‎E COMO DIRIA HILDA HILST: LOVE, APESAR, A PESAR E HÁ PESAR!"

Clip The Cranberries "No Need to argue"

domingo, 2 de outubro de 2011

A Minha Dor


A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.
Os sinos têm dobres de agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal…
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias…
A minha Dor é um convento. Há lírios
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!
Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve… ninguém vê… ninguém…
(Florbela Espanca - O Livro das Mágoas)