É na loucura dos normais que a insanidade faz a festa.
Chega de mansinho, vai entrando em casa e passa direto para o lugar dos prazeres inconfessáveis: a alcova.
Nas quatros paredes do recinto, quem dirige a cena é a luxúria embebecida de álcool e fumaça furta cor.
Tudo que ali se encontra é velado, é túmulo, é despido de qualquer pudor equaliza-dor. Na arte do entretenimento dos prazeres um é sempre vouyer, dois já passamos para a normatividade, três é sempre um convite à trois, em seguida um balanço no swing à quatre e os números vão perdendo sua forma, se transformando em gemidos e sussurros.
- "Como ser delicado de pau duro?" Pergunta o jovem no tatear de mãos gulosas que vasculham cavernas e túneis em busca do melhor encaixe.
- "Oh, céus! Não... não quero que seja ele, senão vou morrer: o vosso é bem menor." Mas no escuro, tamanho não é documento.
Os corpos se unem a música que adormece as carnes tremulas e é tudo gozo, é tudo dor, é tudo calor.
É na morte de gozar plenamente que o desejo se alimenta e todo dia morre-se um pouco. E morre-se só, pois é no altar que o egoísmo te espera. É na individualidade dos prazeres que cada um vai construindo sua alcova, seu túmulo, seu cárcere.
No meu quarto é tudo assim, tem um pouco de alcova e cova, um pouco de Marquês e de Sade também, um pouco de Mia Wallace e Beatrix Kiddo. Tem também um pouco de Selma e Miranda Priestly, Mallory Knox e Heleninha Roitman.
Acordei me sentindo Marylin, só me falta saber se assumo ser Monroe ou Manson. Na dúvida, vou assistir Pulp Fiction.
Texto escrito por Ma Vie
* Os trechos entre aspas foram tirados do romance A Filosofia na Alcova - Marquês de Sade
"Provo que a mais alta expressão da dor consiste essencialmente na alegria." (Augusto dos Anjos)
Check it out!
sábado, 25 de janeiro de 2014
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
domingo, 5 de janeiro de 2014
Da confusão a conclusão.
- você cheira cocaína.
- não cheiro.
- então por que você vai tanto ao banheiro?
- eu tenho uma bexiga de menina.
- você cheira cocaína e é um machista babaca.
- posso ser machista, mas não cheiro
cocaína.
- eu tenho certeza que você cheira
cocaína.
- então taí uma boa hora pra você
perceber que não dá pra ter certeza de nada nesta vida.
- você tá querendo mudar de assunto;
você cheira ou não?
- não.
- mentira.
- ok. (silêncio)
- por que você não assume logo que
cheira cocaína?
- porque eu não cheiro cocaína.
- seu nariz é muito nervosinho.
- rinite.
- a desculpa clássica de quem cheira
cocaína.
- ou apenas a verdade.
- se você quiser ficar comigo vai ter
que assumir que cheira cocaína.
- eu não quero ficar com você.
- e eu não curto mentirosos.
- ok, eu sou um mentiroso.
- então você cheira cocaína?
- não… eu quero ficar com você.
- então assume.
- ok, eu cheiro cocaína.
- eu sabia. me dá um teco?
— J.Castro
Assinar:
Postagens (Atom)