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sábado, 25 de janeiro de 2014

De Tarantino e Sade, todo mundo tem um pouco.

É na loucura dos normais que a insanidade faz a festa.

Chega de mansinho, vai entrando em casa e passa direto para o lugar dos prazeres inconfessáveis: a alcova.
Nas quatros paredes do recinto, quem dirige a cena é a luxúria embebecida de álcool e fumaça furta cor.
Tudo que ali se encontra é velado, é túmulo, é despido de qualquer pudor equaliza-dor. Na arte do entretenimento dos prazeres um é sempre vouyer, dois já passamos para a normatividade, três é sempre um convite à trois, em seguida um balanço no swing à quatre e os números vão perdendo sua forma, se transformando em gemidos e sussurros.

- "Como ser delicado de pau duro?" Pergunta o jovem no tatear de mãos gulosas que vasculham cavernas e túneis em busca do melhor encaixe.

- "Oh, céus! Não... não quero que seja ele, senão vou morrer: o vosso é bem menor." Mas no escuro, tamanho não é documento.

Os corpos se unem a música que adormece as carnes tremulas e é tudo gozo, é tudo dor, é tudo calor.
É na morte de gozar plenamente que o desejo se alimenta e todo dia morre-se um pouco. E morre-se só, pois é no altar que o egoísmo te espera. É na individualidade dos prazeres que cada um vai construindo sua alcova, seu túmulo, seu cárcere.

No meu quarto é tudo assim, tem um pouco de alcova e cova, um pouco de Marquês e de Sade também, um pouco de Mia Wallace e Beatrix Kiddo. Tem também um pouco de Selma e Miranda Priestly, Mallory Knox e Heleninha Roitman.

Acordei me sentindo Marylin, só me falta saber se assumo ser Monroe ou Manson. Na dúvida, vou assistir Pulp Fiction.

Texto escrito por Ma Vie

* Os trechos entre aspas foram tirados do romance A Filosofia na Alcova - Marquês de Sade

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