"Provo que a mais alta expressão da dor consiste essencialmente na alegria." (Augusto dos Anjos)
Check it out!
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Ao Mar Sagrado
Deixar umas tristezas por lá
Trazer umas alegrias de lá
Vou ali me batizar nas ondas de sal
Me cobrir com areia branca
Me abraçar com o vento
Vou ali nascer de novo
Para voltar todo novo
Pronto para começar a morrer...de novo.
...Que venha o ano novo, com suas surpresas e incertezas.
Com seus encontros, desencontros e despedidas.
Que venha tudo de novo, mas que venha com mais luz e menos dor.
(Marcos MaVie)
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Quando O Gigante não pede licença pra te fazer feliz...e faz!
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Na Lembrança...
- Não? E eles ficam onde, Senhô?
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Frangmentos de mim mesmo por Caio F. Abreu
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Colecionador de Doces Torturas
Faço minha tristeza sorrir na hora de deitar o corpo cansado.
Quando desapareço na imensidão do sono e vou ao encontro das memórias recentes.
Eu, ladrão de momentos, colecionador de doces torturas.
Perdido na solidão que namora a minha solitude.
Sigo em busca de novas torturas.
E vou para qualquer lugar que faça meu coração bater no descompasso de momentos fugazes.
(Marcos Ma Vie)
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Quem foi que botou a chuva dentro dos meus olhos?
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
terça-feira, 8 de novembro de 2011
A DISTÂNCIA (Roberto Carlos)
Mas eu continuei a ter você
Em toda esta saudade que ficou...
Tanto tempo já passou e eu não te esqueci.
E dizer que o meu amor nada mudou
Mas o meu silêncio foi maior
E na distância morro
Todo dia sem você saber.
No tempo, esquecido por você...
Vivendo do que fomos ainda estou
Tanta coisa já mudou, só eu não te esqueci.
Tentei deixar de amar, não consegui
Se alguma vez você pensar em mim
Não se esqueça de lembrar
Que eu nunca te esqueci
sábado, 5 de novembro de 2011
Te encontro em meia hora?
domingo, 23 de outubro de 2011
A beira do rio
(Marcos Ma Vie)
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
terça-feira, 11 de outubro de 2011
ADORE
Who am I to need you when I'm down?
Where are you when I need you around?
Your life is not your own
And all I ask you
Is for another chance
Another way around you
To live by circumstance, once again
Who am I to need you now?
To ask you why, to tell you no
To deserve your love and sympathy
You were never meant to belong to me
And you may go, but I know you won't leave
Too many years built into memories
Your life is not your own
Who am I to need you now?
To ask you why, to tell you no
To deserve your love and sympathy
You were never meant to belong to me
Who am I to you?
Along the way
I lost my faith
And as you were, you'll be again
To mold like clay, to break like dirt
To tear me up in your sympathy
You were never meant to belong to me
You were never meant to belong to me
You were never meant to belong to me
Who am I?
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
sábado, 8 de outubro de 2011
Drink the Pain Away
Rendez-vous: Morre!
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Arranjei alguém chamado Saudade!
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Fragmentos de mim mesmo por Caio F. Abreu IX
ADORAMOR
AMORDORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMOR
AMORAMORDORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMOR
AMORAMORAMORDORAMORAMORAMORAMORAMORAMOR
AMORAMORAMORAMORDORAMORAMORAMORAMORAMOR
AMORAMORAMORAMORAMORDORAMORAMORAMORAMOR
AMORAMORAMORAMORAMORAMORDORAMORAMORAMOR
AMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORDORAMORAMOR
AMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORDORAMOR
AMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORAMORDOR
(Marcos Ma Vie)
terça-feira, 4 de outubro de 2011
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Um só caminho...o de mais nada fazer
(Clarice Lispector)
P.S.: O pior de ler tudo isso...é chegar a essa conclusão e não fazer mais nada. Saber que não resta mais nada a fazer, tentar se nutrir sozinho, fazer tudo sozinho, ser sozinho. Mas vazio, não! Sozinho, carregando na mochila uma coleção inteira de saudade. Como disse o poeta: "ter saudade até que é bom, é melhor que caminhar vazio".
domingo, 2 de outubro de 2011
A Minha Dor
Cheio de claustros, sombras, arcarias,
Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.
Ao gemer, comovidos, o seu mal…
E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias…
Dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!
Noites e dias rezo e grito e choro,
E ninguém ouve… ninguém vê… ninguém…
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
DEGUSTAÇÃO
terça-feira, 27 de setembro de 2011
domingo, 25 de setembro de 2011
Meu caís, meu lar
Tentei algumas vezes ancorar em um porto seguro
Alguns portos já quiseram me dar abrigo também
Precisei viajar por mares tempestuosos, noites de frio, escuridão e solidão.
Sigo mar a dentro sem bússola e sem lua a procura do meu porto seguro particular
A procura do meu caís, do meu lar
Sigo a deriva nesse mar que me navega
Nas ondas que me embalam o sono
A procura do meu dono
(Marcos Ma Vie)
"Deixo fluir tranqüilo
Naquilo tudo que não tem fim
Eu que existindo tudo comigo, depende só de mim
Vaca, manacá, nuvem, saudade
Cana, café, capim
Coragem grande é poder dizer sim"
sábado, 24 de setembro de 2011
O cheiro do outro
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Chêgue...
E tão fundo intimamente a tua voz
Segue o mais secreto bailar do meu sonho
Que momentos há em que eu suponho
Seres um milagre criado só pra mim."
(Sophia de Mello Breyner)
Pode chegar
Não precisa pedir licença
A porta aberta, estará!
E os braços também!
Teus Pés...
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
My Lord...
Yes, there's love if you want it
Don't sound like no sonnet, my lord
My lord"
'Cause I think you should know, by now
By now"
(Marcos Ma Vie)
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Alguém pensa em mim
Foi assim que me ensinaram a lembrar que as horas "fechadas" significam que do outro lado, em algum lugar, perto ou longe, alguém está a pensar em você. E toda vez que me pego observando uma dessas horas "fechadas", me surpreendo pensando em alguém também.
É nessa hora, nesse silêncio, que me encontro contigo.
Me deito, me cubro com aquele lençol que antes era usado para cobrir você, coloco o travesseiro do lado da cama que te pertencia, e espero...
Toda noite eu espero as horas "fechadas" para que nossos pensamentos sejam apenas um, eu do lado de cá e você de qualquer lugar.
E vou! Adormecendo lentamente nos abraços imaginários do meu travesseiro, lentamente adormecendo, a-dor-mecendo...
Pois amanhã tem hora "fechada" novamente.
Amém!!!
terça-feira, 20 de setembro de 2011
sábado, 17 de setembro de 2011
terça-feira, 13 de setembro de 2011
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Fragmentos de mim mesmo por Caio F. Abreu VIII
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
A TERRÍVEL DÚVIDA DAS APARÊNCIAS
Da terrível dúvida das aparências,
da incerteza afinal de que possamos estar iludidos,
de que talvez a confiança e a esperança não sejam afinal senão especulações,
de que talvez a identidade para além do túmulo seja apenas uma linda fábula,
de que talvez as coisas que observo, os animais, plantas, homens, colinas, águas brilhantes a fluir,
o céu do dia e da noite, cores, densidades, formas, talvez tudo seja (como sem dúvida é) apenas aparições, e a coisa real ainda esteja por conhecer
(quão frequentemente se desligam de si mesmas como se para me confundir e zombar de mim!
quão frequentemente penso que não sei nem homem nenhum sabe nada a respeito delas),
talvez me parecendo aquilo que são (como sem dúvida parecem) no meu presente ponto de vista e podendo revelar-se depois (como naturalmente poderiam) como não sendo nada daquilo que parecem, ou nada enfim, a partir de pontos de vista totalmente diferentes;
para mim essas e outras questões semelhantes são de algum modo respondidas pelos meus amantes, meus queridos amigos,
quando aquele que eu amo viaja comigo ou se senta segurando longamente minha mão,
quando o ar sutil, o impalpável, o sentido que as palavras e a razão não detêm, nos cercam e nos perpassam,
então me sinto invadir por uma sabedoria indizível, inaudita, e fico em silêncio, e não me falta mais nada,
não posso resolver a questão das aparências ou a da identidade para além do túmulo,
mas caminho ou me sento, indiferente, e estou satisfeito;
ele, a segurar minha mão, me satisfez completamente.
WALT WHITMAN
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Fragmentos de mim mesmo por Caio F. Abreu VII
"No turvo seco de uma casa esvaziada da presença de um dragão, mesmo voltando a comer e a dormir normalmente, como fazem as pessoas banais, você não sabe mais se não seria preferível aquele pântano de antes, cheio de possibilidades - que não aconteciam, mas que importa? - a esta secura de agora. Quando tudo, sem ele, é nada."
Eu, Museu.
Vem, encosta tua cabeça no meu calor e deixa eu velar teu sono...
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Em busca do tempo perdido
Eu fico me lembrando daquele dia que você disse que não tinha jeito da gente ficar junto, Marcel. Lembro como senti alívio de saber que você estava gostando de outra pessoa e que eu finalmente estava livre de você, daquele sentimento escravizante. A gente não nasceu pra ficar junto mesmo.
Eu sei, na hora que a gente se reencontrou eu não quis ficar com você, é verdade, por que quando você queria ficar comigo e foi sincero, já era tarde demais, eu tinha mudado. Só eu sei como foi difícil ficar longe, como eu já estava acostumada a ter você por perto. Você dividia comigo o sorvete e o peso das relações frustradas que tínhamos vivido. Aquele nosso ensaio de namoro foi só mais um, mas eu não conseguia fingir, como você queria, que era só sua amiga. A gente precisava se afastar.
Eu gostava de deitar a cabeça no seu ombro, quando estava ao seu lado e gostava de sentir aquela coisa familiar que se perdeu faz tempo, mas que pareço, cabeça no ombro, por um instante recuperar.
Hoje eu rio, mas na época eu sofria, por que você estava comigo e com as outras, então aprendi te tratar de um jeito que tanto faz. Nunca foi vingança, nem maldade... Só indiferença. A gente fica um tanto indiferente quando aprende a desamar. A gente ficou machucado um do outro. E eu acho tudo isso super descabido de dizer agora, depois de tanta mágoa, mas eu queria me curar.
Hoje eu sei que todo mundo carrega uma dor, por isso fica louco, ressentido, vira bandido, ou vítima. Hoje em dia, eu respeito cada um carregando a sua dor atravessando a Paulista.
Eu nem sei por que estou dizendo tudo isso por telefone... Faz tanto tempo que a gente não se fala, mas o que eu queria mesmo era o telefone da Bárbara. O Gustavo vai dar uma festa na casa de praia dele e eu quero perguntar se posso ir com ela.
(DEISE ANNE RODRIGUES DE SOUZA)
P.S.: Eu me encontro em cada cantinho desse texto, só não me pergunte onde...
Deise, te amo! Te ler é sempre um dos melhores presentes!
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Dreaming my dreams!
terça-feira, 12 de julho de 2011
"SOU NORDESTINA"
VERGONHA QUE NÃO TENHO DE SER NORDESTINA
Sheila Raposo - Jornalista
Cultivado entre os cascalhos do chão seco e as cercas de aveloz que se perdem no horizonte, cresceu, forte e robusto, o meu orgulho de pertencer a esse pedaço de terra chamado Nordeste.
Sou nordestina. Nasci e me criei no coração do Cariri paraibano, correndo de boi brabo, brincando com boneca de pano, comendo goiaba do pé e despertando com o primeiro canto do galo para, ainda com os olhos tapados de remela, desabar pro curral e esperar pacientemente, o vaqueiro encher o meu copo de leite, morninho e espumante, direto das tetas da vaca para o meu bucho.
Sou nordestina. Falo oxente, vôte e danou-se. Vige, credo, Jesus-Maria e José! Proseio com minha língua ligeira, que engole sílabas e atropela a ortoépia das palavras. O meu falar é o mais fiel retrato. Os amigos acham até engraçado e dizem sempre que eu “saí do mato, mas o mato não saiu de mim”. Não saiu mesmo! E olhe: acho que não vai sair é nunca!
Sou nordestina. Lambo os beiços quando me deparo com uma mesa farta, atarracada de comida. Pirão, arroz-de-festa, galinha de capoeira, feijão de arranca com toucinho, buchada, carne de sol... E mais uma ruma de comida boa, daquela que, quando a gente termina de engolir, o suor já está pingando pelos quatro cantos. E depois ainda me sirvo de um bom pedaço de rapadura ou uma cumbuca de doce de mamão, que é pra adoçar a língua. E no outro dia, de manhãzinha, me esbaldo na coalhada, no cuscuz, na tapioca, no queijo de coalho, no bolo de mandioca, na tigela de umbuzada, na orêa de pau com café torrado em casa!
Sou nordestina. Choro quando escuto a voz de Luiz Gonzaga ecoar no teatro de minhas memórias. De suas músicas guardo as mais belas recordações. As paisagens, os bichos, os personagens, a fé e a indignação com que ele costurava as suas cantigas e que também são minhas. Também estavam (e estão) presentes em todos os meus momentos, pois foi em sua obra que se firmou a minha identidade cultural.
Sou nordestina. Emociono-me quando assisto a uma procissão e observo aqueles rostos sofridos, curtidos de sol do meu povo. Tudo é belo neste ritual. A ladainha, o cheiro de incenso. Os pés descalços, o véu sobre a cabeça, o terço entre os dedos. O som dos sinos repicando na torre da igreja. A grandeza de uma fé que não se abala.
Sou nordestina. Gosto de me lascar numa farra boa, ao som do xote ou do baião. Sacolejo e me pergunto: pra quê mais instrumento nesse grupo além da sanfona, do triangulo e da zabumba? No máximo, um pandeiro ou uma rabeca. Mas dançar ao som desse trio é bom demais. E fico nesse rela-bucho até o dia amanhecer, sem ver o tempo passar e tampouco sentir os quartos se arriando, as canelas se tremelicando, o espinhaço se quebrando e os pés se queimando em brasa. Ô negócio bom!
Sou nordestina. Admiro e me emociono com a minha arte, com o improviso do poeta popular, com a beleza da banda de pífanos, com o colorido do pastoril, com a pegada forte do côco-de-roda, com a alegria da quadrilha junina. O artista nordestino é um herói, e nos cordéis do tempo se registra a sua história.
Sou nordestina. E não existe música mais bonita para meus ouvidos do que a tocada por São Pedro, quando ele se invoca e mete a mãozona nas zabumbas lá do céu, fazendo uma trovoada bonita que se alastra pelo Sertão, clareando o mundo e inundando de esperança o coração do matuto. A chuva é bendita.
Sou nordestina. Sou apaixonada pela minha terra, pela minha cultura, pelos meus costumes, pela minha arte, pela minha gente. Só não sou apaixonada por uma pequena parcela dessa mesma gente que se enche de poderes e promete resolver os problemas de seu povo, mentindo, enganando, ludibriando, apostando no analfabetismo de quem lhe pôs no poder, tirando proveito da seca e da miséria para continuar enchendo os próprios bolsos de dinheiro.
Mas, apesar de tudo, eu ainda sou nordestina, e tenho orgulho disso. Não me envergonho da minha história, não disfarço o meu sotaque, não escondo as minhas origens. Eu sou tudo o que escrevi, sou a dor e a alegria dessa terra. E tenho pena, muita pena, dos tantos nordestinos que vejo por aí, imitando chiados e fechando vogais, envergonhados de sua nordestinidade. Para eles, ofereço estas linhas...
P.S.: Faço das palavras acima, minhas também. Sou NORDESTINO com muito orgulho. Orgulho de saber que a verdeira identidade do meu país mora no Nordeste; Orgulho das praias mais lindas do Brasil estarem ao alcance dos meus pés, onde a água do mar é sempre convidativa; Orgulho da hospitalidade desse povo que só pensa em servir bem quem é de fora, por que aqui todo mundo é igual; Orgulho de ser "cabeça-chata", de ser "paraíba" ou qualquer outro adjetivo dessa natureza; Orgulho da culinária mais diversa e saborosa que o Brasil pode oferecer a seu povo. E ainda tem gente que pensa que é mais, que é melhor, que basta ter olhos de cor clara e pela "branca" para poder apontar o dedo na cara de um Nordestino e se achar superior. Para quem pensa assim, eu digo uma coisa: Sejam sempre bem vindos ao Nordeste, ou melhor, ao Paraíso! Venham ver que o céu daqui brilha mais que o daí; que as pessoas daqui são mais felizes que as daí; e vejam com seus próprios olhos que esse bando de gente "feia" que vocês dizem por aí, tratam vocês melhores que as daí!!!
segunda-feira, 11 de julho de 2011
UMA HORA PARA A LOUCURA E A ALEGRIA
Uma hora para a loucura e a alegria! Ó furiosos! Oh, não me confinem!
(O que é isto que me liberta assim nas tempestades?
Que significam meus gritos em meio aos relâmpagos e aos ventos rugidores?)
Oh, beber os delírios místicos mais fundamente que qualquer outro homem!
Ó dolências selvagens e ternas! (Recomendo-as a vocês, minhas crianças,
Dou-as a vocês, como razões, ó noivo e noiva!)
Oh, me entregar a vocês, quem quer que sejam vocês, e vocês se entregarem a mim, num desafio ao mundo!
Oh, retornar ao Paraíso! Ó acanhados e femininos!
Oh, puxar vocês para mim, e plantar em vocês pela primeira vez os lábios de um homem decidido.
Oh, o quebra-cabeça, o nó de três voltas, o poço fundo e escuro – tudo isso a se desatar e a se iluminar!
Oh, precipitar-me onde finalmente haverá espaço e ar o bastante!
Ser absolvido de laços e convenções prévias, eu dos meus e vocês dos seus!
Encontrar uma nova relação – desinteressada – com o que há de melhor na Natureza!
Tirar da boca a mordaça!
Ter hoje ou todos os dias o sentimento de que sou suficiente como sou!
Oh, qualquer coisa ainda não experimentada! Qualquer coisa em transe!
Escapar totalmente aos grilhões e âncoras dos outros!
Libertar-me! Amar livremente! Arremeter perigosa e imprudentemente!
Cortejar a destruição com zombarias e convites!
Ascender, galgar os céus do amor que foi indicado para mim!
Subir até lá com minha alma inebriada!
Perder-me, se preciso for!
Alimentar o resto da vida com uma hora de completude e liberdade!
Com uma hora breve de loucura e alegria.
(WALT WHITMAN)